sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Análise dos reforços

Felipe, Léo Moura, Renato Santos, González e João Paulo; Cáceres, Ibson, Elias e Carlos Eduardo; Gabriel e Hernane. Esse é o esboço do time que o Flamengo deverá ter na reta final na Taça Guanabara, a não ser que o Ibson seja negociado e/ou não consigam regularizar o Carlos Eduardo até a próxima segunda-feira. Não chega a ser o meu time dos sonhos, mas para o Carioca é quase o suficiente para brigar pelo título. Ainda falta um centroavante confiável, já que Hernane é uma piada de mau gosto. A diretoria até já prometeu que irá contratar um substituto para o Vagner Love, porém só chegará à tempo para a Taça Rio. Até o momento foram contratados cinco reforços, que merecem uma análise mais detalhada sobre cada um deles:

Wallace: certamente o mais fraco dos contratados. Tem como principais características o vigor físico e jogo aéreo, porém é um zagueiro fraco tecnicamente, lento e facilmente “driblável”. Vem para ocupar a vaga do recém-negociado Welinton no elenco, então no final até que tivemos algum ganho nesta troca, pois ficamos com um zagueiro experiente e com um mínimo de méritos para o lugar de outro que era um desastre em pessoa e nenhum rubro-negro aturava mais. Deve ser a quarta opção da zaga, atrás de Alex Silva, González e Renato Santos.

João Paulo: jogador desconhecido para muitos (inclusive para mim), vem referendado por ter feito um bom Campeonato Brasileiro pela Ponte Preta, sendo considerado um dos melhores laterais-esquerdos da competição segundo avaliações de especialistas. Aparentemente tem como principal característica o poderio ofensivo, tendo inclusive marcado um gol contra o Flamengo, no empate de 2 a 2 em Campinas. Parece ser uma boa aposta para ocupar uma posição carente no elenco, na qual o antigo titular Ramon nunca conseguiu se firmar.

Elias: Para mim o principal reforço do Flamengo para 2013. Volante de grande qualidade, com poder de marcação, boa saída de bola e velocidade para chegar no ataque como elemento surpresa. Um jogador com nível de seleção brasileira, que só está no Flamengo hoje porque não se adaptou ao futebol europeu e acabou perdendo espaço na seleção. Deve dar uma nova vida ao meio-campo rubro-negro, que tem se ressentido de jogadores dinâmicos como ele.

Gabriel: Outra aposta bem feita pela diretoria rubro-negra. A reação forte dos torcedores do Bahia contra a sua saída do clube talvez seja o melhor indicativo do acerto nesta contratação. É um meia-atacante habilidoso, que costuma cair pela ponta direita e criar jogadas para o centroavante, além de também fazer gols. Muitas pessoas que o viram jogar mais de perto afirmam que é um futuro jogador de seleção brasileira. Tomara que não sinta a camisa do Flamengo e possa confirmar esta expectativa em torno dele.

Carlos Eduardo: Ao contrário de muitos, a princípio acredito que seja apenas uma boa aposta. Apareceu com destaque no Grêmio em 2007, jogando como um meia-atacante pela esquerda, e depois seguiu muito bem na Alemanha, sendo algumas vezes convocado para a seleção brasileira. Mas no Rubin da Rússia teve uma gravíssima lesão no joelho, que o deixou quase dois anos (!) sem jogar. Disputou apenas oito jogos neste período. Sem dúvidas é (ou foi) um ótimo jogador, que pode atuar como um ponta ou mais centralizado na criação de jogadas. Mas devido aos problemas físicos anteriores não dá pra garantir que ainda será o mesmo do passado. Vamos torcer para que seja!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Por um bem maior

O Flamengo inicia sua trajetória em 2013 neste sábado, estreando no Campeonato Carioca contra o modesto Quissamã. Infelizmente as perspectivas para a primeira competição do ano não são das melhores. Entraremos no Estadual com o time mais fraco desde 2006, ano em que o Flamengo sequer se classificou para as semifinais dos turnos. E para piorar a ainda mais a situação, jogaremos as primeiras rodadas praticamente com um time misto, sem os reforços contratados recentemente e vários outros jogadores que ainda estão fora de forma ou na seleção sub-20. Serão escalados no setor ofensivo dois jogadores que sequer atuaram ainda pelo time profissional.

E isso é motivo para detonar o trabalho da nova diretoria? Não, com certeza que não! Como já citei, não é a primeira vez que o Flamengo inicia uma temporada com um time muito abaixo das suas tradições. A diferença é que nestas temporadas passadas tivemos times limitados por pura incompetência dos dirigentes da época, ao passo que hoje estamos com esse time enfraquecido para poder arrumar a casa e colher os frutos no futuro. Digamos que é um mal necessário que estamos tendo que passar em decorrência de décadas de administrações irresponsáveis que deixaram o clube à beira da falência.

Recomendo a todos lerem este post do grande rubro-negro Vinicius Paiva no blog “Teoria dos Jogos”. Exemplifica bem a situação que o Flamengo vive e como Eduardo Bandeira e cia. estão trabalhando de maneira eficiente para reverte-la. Na parte administrativa eles estão cumprindo à risca tudo o que prometeram e levaram os sócios a votarem neles. Se até alguns dias atrás faltava chegar os tão esperados patrocínios, com o acerto da Peugeot e o possível acerto com a Ale essa promessa também começa a virar realidade. Mas é inegável também que, pelo menos neste primeiro momento, estão sacrificando demais a qualidade do time em nome da reestruturação financeira do clube.

Como eu já disse anteriormente aqui, o objetivo deste blog e dizer a verdade nua e crua, mesmo que a mesma não soe bem para muita gente. E a verdade é que o time atual ficou ainda mais fraco que o de 2012. Por mais que apoie a atual diretoria, não sou obrigado a concordar com tudo o que fizerem. Continuo achando um erro a saída de Vagner Love. A questão salarial poderia ser facilmente equacionada com as saídas de outros jogadores caros, pouco produtivos e com grande rejeição da torcida, como Léo Moura, Renato Abreu, Ibson, Cléber Santana e Liédson. E a questão da dívida com o CSKA também, já que a mesma era parcelada e a próxima parcela aparentemente teria que ser paga apenas em agosto, quando as finanças rubro-negras já deverão estar numa situação bem melhor do que agora. Acho muito ruim neste momento ficarmos sem o principal jogador do time e praticamente sem atacantes confiáveis no elenco.

Mas isso é uma questão de ponto de vista, e mesmo discordando eu respeito o da diretoria neste caso. Entendo que tudo o que estão fazendo tem como objetivo devolver a credibilidade ao Flamengo, mostrar para o mercado da bola que mudamos para melhor. Que em breve voltaremos a ser a melhor opção para qualquer jogador e qualquer investidor. Entrar no Campeonato Carioca enfraquecido e sem grandes expectativas é o preço que teremos que pagar para recuperar esse prestígio perdido após sucessivas administrações calamitosas. O torcedor rubro-negro terá que engolir alguns insucessos neste 1º semestre, mas nada que já não tenhamos passado anteriormente. Mas desta vez valerá à pena, é por um bem maior.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Início ruim

Antes de qualquer coisa, eu reafirmo meu apoio à atual diretoria do Flamengo no que diz respeito à filosofia que estão implantando no Flamengo, que preza principalmente pela responsabilidade financeira e fiscal. Não estão errados em evitar firmar compromissos que o clube não teria condições de cumprir, diante da caótica situação financeira que se encontra atualmente. Mas infelizmente não posso negar que esse início deles à frente do Flamengo não é bom, ao menos no que diz respeito à montagem do time de futebol para o primeiro semestre. Até o momento as decisões neste sentido foram mais prejudiciais do que benéficas. Estamos com um time ainda mais fraco que o do ano passado.

O principal motivo para se chegar a esta constatação é a saída de Vagner Love. Eu até respeito os rubro-negros que pensam que ele não fará tanta falta, principalmente após o seu fraco desempenho no 2º semestre de 2012. Mas para mim o Love era o melhor jogador do elenco, a grande referência de um time que mesmo com ele já não era nenhum grande esquadrão. Na minha ótica estava entre os cinco melhores atacantes em atividade no futebol brasileiro. E o pior de tudo: era o único atacante confiável deste elenco, a única esperança de gols da Nação Rubro-Negra. Dá calafrios pensar que, se a estréia no Estadual fosse hoje, teríamos um ataque com Hernane e Liédson... E se nenhuma grande surpresa acontecer esta semana, será esta a dupla mesmo!

Se realmente foi a questão financeira que provocou a saída do Love, eu até compreendo a decisão da diretoria. Compreendo sim, mas discordo. Acho que neste caso valeria à pena abrir uma exceção, por mais altos que fossem o salário dele e os valores devidos ao CSKA. Poderiam buscar alternativas para arcar com este custo, até mesmo com parcerias. Ter personalidade para tomar as decisões que acham certo, independente da opinião do torcedor, é uma atitude corretíssima. Mas às vezes é necessário flexibilizar algumas decisões, de modo a não criar problemas para si mesmo.

Num momento de reestruturação do clube não dá para perder o principal jogador do time, seja lá por qual motivo seja. O Flamengo pode até ganhar no aspecto financeiro, mas perde em todos os outros aspectos. Perde o time, que fica enfraquecido e com sérios problemas ofensivos. Perde a torcida, que fica sem a sua principal referência no time. E perde a própria diretoria, que verá grande parte da torcida se voltar contra ela. É uma atitude que dá arma aos opositores, dá motivo para torcedores “vendidos” fazerem altos protestos na primeira derrota mais expressiva.

Nem mesmo as três boas contratações que fizeram amenizam esta situação. Elias é um ótimo volante, João Paulo e Gabriel são boas revelações do último Campeonato Brasileiro. São jogadores que devem ajudar o time em 2013, mas não resolvem todos o problemas que o time já tinha no ano passado, e mais este que acabaram de criar. O Flamengo entra no Campeonato Carioca com poucas perspectivas de título, abaixo do Botafogo e muito abaixo do Fluminense. Briga com um destroçado Vasco da Gama para ser a terceira força, nada além disso. Por mais que a situação financeira pese, não dá para abaixar a cabeça e encarar esta situação como se fosse algo normal.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Primeiros erros

Para alegria de poucos e desespero de muitos, foram acertadas nos últimos dias as renovações de contrato de Renato Abreu e Léo Moura por mais um ano, segundo consta com uma redução salarial e sem luvas pela assinatura do contrato. Antes que digam que eu defendo qualquer coisa que a nova diretoria faz e só faço criticar quem está cornetando, aviso que desta vez estou com a maioria. Também não renovaria com os dois, há pelo menos um ano a relação custo-benefício de ambos é baixíssima. São veteranos que se machucaram muito na última temporada e renderam abaixo do esperado na maioria das partidas que disputaram. Nem mesmo a redução salarial ameniza a situação, afinal seguem ganhando um salário de seis dígitos, algo incompatível com o futebol que podem apresentar atualmente.

Só não acho certo o tratamento que alguns torcedores dão para dois jogadores que no passado já fizeram muito pelo Flamengo. Eu vejo Léo Moura entre os cinco melhores laterais-direitos da história rubro-negra, um dos jogadores mais vitoriosos e com mais partidas pelo clube. Já Renato Abreu é simplesmente o maior artilheiro do Flamengo no Século 21 (2001-2012) com 66 gols, mesmo não sendo atacante. Ambos merecem respeito por suas trajetórias com o manto sagrado, apesar do tempo deles na Gávea já ter passado. Não devem ser tratados como dois perebas sem valor, ambos tem enorme identificação com o Flamengo e isso deve ser levado em consideração.

Acredito que a permanência deles tenha a ver com duas situações. Uma é a confiança do técnico Dorival Júnior, que aparentemente os vê como homens de confiança, apesar dos rumores de que lideram uma “panela” no elenco (algo que nasceu entre os torcedores e nunca foi confirmado nem pela imprensa, nem por pessoas do clube). E a outra tem a ver com as dificuldades que o Flamengo está encontrando para reforçar o elenco. Não podem sair dispensando a torto e a direito sem ter certeza de que conseguirão contratar alguém melhor. A saída de Wellington Silva deixou o Flamengo apenas com Léo Moura como opção para a lateral-direita. Não poderiam descarta-lo e começar a pré-temporada sem nenhum jogador profissional para a posição.

Até dá para entender a decisão da diretoria de ficar com RA e LM, mas a impressão que fica é que estas renovações são os primeiros erros que cometeram após assumirem o clube. Mas também não é motivo para desespero, não serão apenas dois jogadores que vão estragar toda a temporada 2013 do Flamengo. O melhor que o torcedor rubro-negro pode fazer neste momento é esperar ao menos até o fim do mês, para ver com que time jogaremos o “dificílimo” Campeonato Carioca. Até lá já terão chegado os reforços, acontecido as dispensas e após algumas rodadas já saberemos qual será o time titular de Dorival Júnior. Se entrarmos em fevereiro com um time fraco até para o (baixo) nível do Estadual, aí sim podem cornetar à vontade. E contem comigo para reforçar o coro.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Profissionalismo x cornetagem

A cada dia que passa a quantidade de torcedores rubro-negros cornetando a nova diretoria só aumenta. Em menos de uma semana após a posse do presidente Bandeira de Mello os corneteiros já são maioria. Sobraram poucos que compreendem a situação que o Flamengo vive atualmente e a nova filosofia que desejam implantar no clube. Como eu já disse em outro post, não é nada que me surpreenda. Literalmente eu só lamento. Não posso mudar a cabeça de dezenas de milhões de torcedores imediatistas, impacientes e pouco inteligentes. O máximo que posso fazer é seguir apoiando uma diretoria que vai seguindo à risca o que prometeu, doa a quem doer.

Ao divulgar uma nota oficial descartando a contratação de Robinho, devido aos altos valores pedidos pelo jogador e pelo Milan, a nova direção rubro-negra deu o recado que muito torcedor parece não gostar: não vai cair no erro de gastar mais do que o clube tem condições de investir no momento. Não vai fazer contratações bombásticas só para amansar os corneteiros, não vai dispensar determinados jogadores só para fazer média com a torcida. Vai trabalhar conforme as suas convicções, dentro da seriedade e profissionalismo que sempre prometeram implantar no Flamengo caso assumissem o clube.

Vão acertar sempre nas suas decisões? Lógico que não, isso é impossível. O hoje multi-campeão Corinthians contratou Adriano em 2011, lembram? E no final esta contratação só trouxe prejuízos ao campeão mundial, em todos os sentidos. Também contrataram o veterano Anderson Polga em 2012, que deve ser dispensado em breve após praticamente não jogar com a camisa corintiana. Até as melhores diretorias, nos melhores momentos, cometem erros. O importante é o torcedor absorver estes erros e continuar apoiando o trabalho, quando confia que este trabalho poderá render bons frutos para o seu clube.

Ao negociar o máximo possível antes de contratar reforços ou renovar contratos, buscando estes acertos pelo menor valor possível, e cortar gastos desnecessários (como no caso do fim da equipe profissional de natação), a atual diretoria do Flamengo vai mostrando que enfim temos pessoas no comando com os pés no chão. Dirigentes que tem consciência dos problemas financeiros do clube, que sabem que gastar mais do que arrecada só vai piorar esta situação, que empurrar este problema com a barriga é ser tão irresponsável quanto seus antecessores. O Flamengo é um clube ferido, mas que enfim parece estar sendo remediado por quem realmente se preocupa com a sua saúde. É um remédio amargo, mas que muita gente terá que engolir.

domingo, 30 de dezembro de 2012

A mitologia arco-íris

O Flamengo pode até já ter deixado de ser o maior clube do Brasil há vários anos (infelizmente hoje é a maior torcida do Brasil e só), mas indiscutivelmente segue ostentando com sobras o título de maior clube do Rio. Supera seus três rivais municipais em todos os sentidos: em títulos estaduais, nacionais e internacionais, em número de torcedores, em vitórias no confronto direto, em projeção nacional e internacional, em receitas e até mesmo em estrutura - é o único que tem CT, mesmo que ainda não concluído, e uma sede bem superior a dos rivais (quem duvida, visite os quatro clubes, como eu já fiz). Sem esquecer também do fato de ser o único grande do Rio que nunca foi rebaixado.

Pelo menos para os rubro-negros cariocas, como eu, isso é motivo de muito orgulho. Ao passo que para os rivais locais é uma dor insuportável, a maior ferida no orgulho deles como torcedores botafoguenses, tricolores ou vascaínos. Nem mesmo os rebaixamentos doem tanto na alma deles quanto essa notória inferioridade ao maior rival. Lógico que você nunca verá um integrante da turma do arco-íris admitir isso que digo, mas é uma verdade irrefutável. E na falta de argumentos contra o Flamengo, uma das piores artimanhas destes torcedores é tentar diminuir os feitos rubro-negros inventando mitos, histórias totalmente inverídicas sobre nossa história e nossas conquistas.

Esses mitos dos arco-íris chegam a ser até cômicos, tamanha a inconsistência e a facilidade para desmenti-los. Para descontrair um pouco, vamos citar três deles:

1º - A mais antiga história da “mitologia arco-íris” que eu tenho conhecimento diz respeito à Copa Libertadores de 1981. Afirma que no título continental do Flamengo não havia clubes argentinos e uruguaios, que até o final da década de 80 dominavam a competição sul-americana. Em uma variável ainda mais cômica desta história, dizem que a justificativa para isso seria um boicote da Argentina e do Uruguai à Conmebol devido à Guerra das Malvinas! Esse mito tinha muita força no final dos anos 90 e início deste século, numa época em que ainda não existia Wikipédia, Google e outros veículos de pesquisas e informação que hoje facilmente provam que existiam sim argentinos (River Plate e Rosário Central) e uruguaios (Peñarol, Nacional e Bella Vista) na Libertadores 81. Hoje em dia raramente é citado pelos rivais, justamente por esta enorme facilidade em desmenti-lo.

2º - Outro mito famoso da turma do arco-íris é sobre o Mundial Interclubes de 1981. E neste caso tem várias variáveis diferentes. Uns dizem que o Liverpool levou um time misto ou totalmente reserva para o Japão. Outros afirmam que o tradicional clube inglês sequer era o campeão europeu de 81, que “o real campeão” Aston Villa não quis disputar o Mundial. E alguns chegam ao cúmulo do ridículo de acreditar numa brincadeira feita por um site de humor há alguns anos atrás, que inventou uma entrevista do goleiro do Liverpool na época (Grobbelaar) admitindo ter recebido suborno para entregar o jogo para o Flamengo. Lógico que o Liverpool era o campeão europeu de 81 (o Aston Villa ganhou o título de 82), jogou com todas as suas estrelas (Grobbelaar, Neal, Hansen, Dalglish, Souness, McDermott, etc.) e a entrevista do goleiro nunca existiu.

3º - Por último o mais novo mito dos “sem-noção”, aparentemente inventado há poucos anos: um suposto rebaixamento do Flamengo no Campeonato Carioca de 1933, no qual foi o lanterna do campeonato da LCF (havia também outro campeonato, da AMEA) e teria permanecido na elite devido a uma virada de mesa. Outra variável da história inventa até outros dois rebaixamentos na década de 20, em anos que o Flamengo também ficou entre os últimos do estadual. Devido à dificuldade de achar informações na internet sobre aquela época, esse talvez seja o melhor mito dos arco-íris. Mas ainda assim é fácil de ser desmentido. Como neste caso a explicação é mais longa, clique aqui e veja um blog que explica perfeitamente porque não havia rebaixamento naquele campeonato.

E estou citando apenas os três mitos mais ridículos e facilmente “desmentíveis”, existem vários outros relacionados à Rede Globo, CBF e arbitragens que dariam até um livro. Não vou negar que a criatividade dos torcedores rivais para inventar bobagens sobre o Flamengo é algo admirável. Se tivessem a mesma criatividade para ajudar de alguma forma os seus clubes do coração, talvez até pudessem chegar um dia ao nível de grandeza do Mengão. Mas o foco deles é o maior rival, vivem em função da gente. Muitos torcem mais contra o Flamengo do que à favor do próprio time. E isso em nada é ruim para os rubro-negros, só nos torna ainda maiores.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Fim da Era Enceradeira

Como já era de se esperar, Zinho não aceitou a proposta de assumir um cargo menos importante e com redução salarial, deixando o Flamengo após quase oito meses à frente do futebol rubro-negro. Eu acredito que essa decisão tenha sido a melhor para o clube, já que o trabalho de Zinho em momento algum me agradou. Errou em muitas situações, como na condução dos capítulos finais do caso Ronaldinho, na demora em demitir Joel Santana, no fracasso na contratação de um camisa 10 na última janela de contratações e na aposta furada na recuperação de Adriano. Faltou-lhe competência e experiência para exercer um cargo de tamanha importância num clube da grandeza do Flamengo.

Não nego que ele seja uma pessoa íntegra e honesta, coisa rara no mundo sujo do futebol, e que sempre teve a melhor das intenções. É rubro-negro de coração e aparentemente sai pela porta da frente, como merece. Torço para que estude, evolua e se torne um profissional mais gabaritado, faça bons trabalhos em clubes menores e aí quem sabe no futuro possa voltar a exercer esta função de diretor-executivo novamente no Flamengo. Mas hoje é melhor contar com a experiência e visão de mercado do Paulo Pelaipe. Os R$ 100 mil mensais pagos a ele vão render muito mais para o futebol rubro-negro do que o mesmo valor quando era pago ao Zinho.

Só lamento que o Dorival Júnior não tenha seguido o mesmo caminho. Seu trabalho no comando do time rubro-negro também não me convence, ficou bem abaixo do que eu esperava quando ele foi contratado. Mas entendo perfeitamente a decisão da diretoria de mantê-lo. Não cairia bem uma nova administração que prega o equacionamento do passivo financeiro do clube já iniciar seu trabalho criando uma dívida de R$ 1,8 milhões. Principalmente ao observar o mercado e não ver nenhum técnico à disposição que seja mais capacitado do que o Dorival. Resta torcer para que ele dê a volta por cima e faça um ótimo trabalho, como fez no Santos em 2010.